Em 2024, a Reserva Extrativista do Rio Cautário enfrentou um dos períodos mais desafiadores em termos climáticos da história recente do Brasil. Em um contexto de temperaturas extremas e seca severa que afetou as florestas tropicais do país, os guardiões da floresta demonstraram notável capacidade de organização e liderança na proteção de seu território.
Desde o início, o projeto foi pautado pela construção participativa do plano de proteção com os comunitários, que emergiu do conhecimento territorial e da vivência dos próprios comunitários. A estruturação em quatro equipes de agentes de defesa ambientais, cada uma com sua própria liderança local, evidenciou o protagonismo destes guardiões da floresta na gestão ambiental do território.
Este modelo de gestão participativa se materializou através de um sistema bem articulado de comunicação e coordenação entre as equipes. Os líderes comunitários estabeleceram canais efetivos de troca de informações, utilizando tanto meios digitais quanto encontros presenciais, garantindo assim a rápida resposta a qualquer situação de risco.
A capacitação técnica foi integrada ao conhecimento tradicional, resultando em equipes preparadas não apenas para proteger sua própria área, mas também para apoiar comunidades vizinhas, incluindo terras indígenas e outras reservas extrativistas. Esta expansão do alcance das ações demonstra a efetividade do modelo de autogestão territorial.
O sucesso do projeto se reflete não apenas na ausência de incêndios durante um período climaticamente crítico, mas principalmente no fortalecimento da governança local. As comunidades desenvolveram competências técnicas e gerenciais que permanecerão como um legado duradouro, permitindo a continuidade da proteção florestal mesmo após o término do projeto.
O desafio demonstrou como o empoderamento dos guardiões da floresta pode resultar em uma proteção ambiental efetiva. O projeto estabeleceu bases sólidas para que os comunitários sigam como protagonistas na gestão de seu território, aliando seu conhecimento ancestral às técnicas modernas de monitoramento e proteção florestal.
A experiência da RESEX do Rio Cautário (conheça mais) demonstra que o investimento no protagonismo comunitário gera resultados concretos na conservação ambiental. O êxito na prevenção de incêndios durante um período extremamente desafiador valida a eficácia desta abordagem participativa, que coloca as comunidades tradicionais no centro das decisões sobre seu território.
O projeto transcende a simples proteção florestal, consolidando-se como uma iniciativa de fortalecimento comunitário que garante a sustentabilidade para as futuras gerações. A Reserva Extrativista do Rio Cautário emerge como um exemplo de excelência em proteção florestal, fundamentada no protagonismo e na sabedoria dos guardiões que habitam e protegem a floresta.
A todos os agentes que dedicaram corpo e alma a este projeto, o mais sincero agradecimento! Sua coragem, determinação e compromisso com a proteção da floresta foram fundamentais para alcançarmos resultados tão expressivos em um ano particularmente desafiador.
O trabalho de vocês não apenas protegeu a RESEX, mas também inspirou outras comunidades e fortaleceu o papel dos guardiões da floresta na conservação da Amazônia.