Soluções climáticas com base na natureza são ações para proteger, gerenciar de forma sustentável ou restaurar ecossistemas naturais, protegendo o meio ambiente e os serviços prestados por ele, como chuvas, resfriamento e armazenamento do carbono em biomassa viva e crescente, como a das florestas. O carbono é um bloco de construção essencial para toda a vida orgânica. À medida que as plantas crescem, elas retiram gás carbônico (CO2) da atmosfera e o capturam em matéria orgânica. Em ecossistemas complexos, como florestas tropicais, enormes quantidades de carbono são armazenadas. O carbono está presente em toda a biomassa de uma floresta – nas árvores vivas, em decomposição e mortas; arbustos, gramíneas e outras vegetações; sistemas radiculares abaixo e partículas dentro do solo.
A descarbonização industrial maciça e uma rápida transição para a energia limpa são necessárias para deter as ameaças das mudanças climáticas. Mas para limitar o aquecimento global em 2100 a menos de 1,5º C acima dos níveis pré-industriais, é necessário o uso em larga escala de emissões negativas.
À medida que a tecnologia se desenvolve e se torna comercialmente viável, espera-se que a captura e armazenamento de carbono (CCS) contribua para emissões negativas, mas a capacidade da natureza de sequestrar e armazenar carbono, que é comprovada e prontamente disponível, também deve desempenhar uma parte vital do processo.
‘“Com o avanço do desmatamento, o bioma Amazônico – essencial para a chuva no continente – está cada vez mais próximo de um ponto de não retorno (“tipping point”, em inglês), o que significa o início de um processo de savanização, com secas e perda da sua grande biodiversidade” – Carlos Nobre, uma das maiores referências em mudanças climáticas do Brasil, é membro estrangeiro da Royal Society e um dos autores do Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) que, em 2007, ganhou o Prêmio Nobel da Paz, juntamente com Al Gore, e representante brasileiro, na rede internacional de estudos “An Integrated History and Future of People on Earth.”
Integridade do projeto de carbono florestal
Projetos de carbono florestal são iniciativas de conservação em áreas onde as florestas existentes estão sob risco de mudança de uso do solo ou redução do armazenamento de carbono. Esses projetos se concentram na conservação das florestas tropicais naturais antes que sejam degradadas ou desmatadas, e na prevenção de um cenário de negócios operante “como de costume”, mantendo ou até aumentando emissões de CO2. As reduções ocorrem principalmente por meio de emissões evitadas.
Para que um projeto de carbono florestal seja válido e confiável, atendendo às regras e requisitos estabelecidos por padrões internacionais de auditoria, é preciso que demonstre um conjunto de princípios fundamentais, incluindo:
Adicionalidade, ou seja, sem a implementação do projeto, volumes significativos de dióxido de carbono teriam sido liberados na atmosfera;
Permanência, significando que a liberação evitada de dióxido de carbono deve ocorrer de forma permanente. Ou seja, que perdure ao longo de toda a vida do projeto e preferencialmente além dele;
Vazamento evitado, para que a implementação do projeto não signifique apenas o deslocamento da liberação de dióxido de carbono para fora dos limites do projeto.
Estima-se que a Amazônia abrigue aproximadamente 20% de todas as espécies da fauna do planeta. Deter o crescente desmatamento na maior floresta tropical do mundo é assegurar a manutenção das espécies que ali vivem, dos meios de subsistência das comunidades tradicionais e do equilíbrio climático global.
Reduções de emissões verificadas
É crucial que o setor privado seja a força motriz para a escala de investimento necessária que permita que as Soluções Climáticas Baseadas na Natureza alcancem o impacto global necessário.
O Acordo climático de Paris de 2015 mostrou que, enfrentar esse desafio, exige que todos os países trabalhem juntos. E mais do que isso, requer que todos os setores da sociedade, especialmente o setor privado, façam o seu papel.
Através da geração de redução verificada de emissões (VER), a Permian Brasil trabalha com corporações que desejem complementar sua estratégia de descarbonização compensando emissões que ainda não conseguiram reduzir.