INTRODUÇÃO

Preservação do Clima

Hoje, caminhamos rumo a um aquecimento global, até o fim deste século, de 3 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais. As temperaturas médias globais já subiram 1,2 graus. O progresso lento e preocupante dos países, em todo o mundo, na redução das emissões significa que este é um cenário muito plausível. Mas não é inevitável.

Uma rápida descarbonização da economia e sua transição para a energia renovável são urgentemente necessárias, mas não serão suficientes para evitar mudanças catastróficas no clima.

As emissões de gás carbônico são difíceis de avaliar e neutralizar, mas são a causa principal da aceleração no aumento da temperatura nas últimas décadas. Ao mesmo tempo, também representam uma oportunidade real para reduzir os níveis atmosféricos de dióxido de carbono para valores aceitáveis.

O emblemático artigo Soluções Climáticas Naturais, publicado na revista PNAS, revelou como essas soluções poderiam “fornecer mais de 30% das reduções de emissões necessárias até 2030 para manter o aumento da temperatura global abaixo de 2 graus Celsius”.

SBN E NCS

Soluções Baseadas na Natureza e Soluções Climáticas Naturais

As Soluções Baseadas na Natureza (SBN) são uma categoria inovadora para os desafios da sociedade cujas bases envolvem a natureza. Exemplos de SBN incluem restauração ecológica, engenharia ecológica, agroecologia, adaptação baseada em ecossistemas (AbE), redução de emissões por desmatamento e degradação (REDD+), restauração florestal e paisagística (RFP), redução do risco de desastres baseada em ecossistemas (Eco-DRR), infraestrutura verde (IV) e soluções climáticas naturais (NCS, do inglês Natural Climate Solutions).

NCS é um termo mais específico que se refere a ações de conservação, restauração e melhoria da gestão dos solos, incluindo a preservação de florestas e o reflorestamento, que evitam emissões de gases de efeito de estufa (GEE) e aumentam o armazenamento de carbono em paisagens e zonas úmidas em todo o mundo.

A proteção das áreas florestais é um foco central para as NCS. As florestas mundiais contêm atualmente mais de três bilhões de toneladas de carbono, cuja liberação representaria mais dióxido de carbono (CO2) na atmosfera do que a queima de todas as reservas identificadas de petróleo, gás e carvão.

O desflorestamento (ou desmatamento) e a degradação florestal são a segunda principal causa do aquecimento global, responsáveis ​​por cerca de um terço das emissões globais de GEE, o que torna a perda e o esgotamento das florestas um problema importante para as mudanças climáticas.

Em alguns países, como o Brasil e a Malásia, o desflorestamento e a degradação florestal em conjunto são, de longe, a principal fonte de emissões nacionais de gases de efeito de estufa (GEE).

O MVC

Mercado Voluntário de Carbono

Os fatores de desflorestamento diferem de floresta para floresta, mas na maioria dos casos, quando causados pelo homem, a motivação é o valor econômico da extração de produtos da floresta ou conversão da terra.

Para que a conservação seja eficaz no longo prazo – e para evitar as emissões de GEE associadas a tais atividades – deve-se superar a concorrência de práticas destrutivas. Por isso, são necessários incentivos maiores para manter florestas em pé do que para derrubá-las.

A escala de proteção das florestas tropicais necessária hoje está além da capacidade dos orçamentos do setor público da maioria dos países. A única forma de alcançar uma proteção florestal suficiente é através do envolvimento do setor privado. O Mercado Voluntário de Carbono (MVC) está se tornando o mecanismo mais eficiente para transferir fundos privados para onde são necessários via projetos de carbono florestal.

As reduções verificadas de emissões (VERs, sigla em inglês), ou créditos de carbono, permitem este incentivo positivo para manter as florestas em pé através do MVC.

Desde que os VERs possam demonstrar que cada unidade representa uma tonelada de emissões evitadas ou removidas, eles podem e devem ser usados ​​para apoiar as metas do clima de outras organizações, especialmente para emissões adicionais ou difíceis de reduzir.

O MVC foi criado para que indivíduos, empresas e outras organizações possam emitir, comprar e vender créditos de carbono fora dos instrumentos regulamentados ou obrigatórios de precificação de carbono.

O MVC visa mitigar as mudanças do clima, criando espaço para que os setores privados financiem atividades de remoção das emissões de GEE da atmosfera ou reduzam as emissões associadas à indústria, aos transportes, à energia, aos edifícios, à agricultura, ao desflorestamento ou a qualquer outro aspecto da economia e da vida humana.

O projeto deve ser verificado em relação a um padrão externo reconhecido e confiável e, para manter sua certificação válida, ele deve fornecer relatórios de atualização regulares e se submeter a avaliações robustas por auditores terceirizados. Para que um VER seja legítimo, ele deve vir de um projeto totalmente validado e verificado. E, para isso, o projeto deve ser capaz de demonstrar:

 

Adicionalidade

Sem a implementação do projeto, volumes significativos de dióxido de carbono seriam liberados para a atmosfera.

 

Permanência

A liberação evitada de dióxido de carbono deve ser permanente ao longo dos anos.

 

Vazamento evitado

A implementação do projeto não resultou apenas no deslocamento da liberação de dióxido de carbono para fora dos limites do projeto.

CATEGORIAS DE CONSERVAÇÃO

As Cinco Principais Categorias de Convervação

O modelo de gestão florestal nos projetos de conservação desenvolvidos pela Permian Brasil é baseado em cinco princípios fundamentais que procuram maximizar o carbono armazenado e alcançar a melhor condição florestal possível:

 

Evitando o desmatamento

A desflorestação (perda de 90% ou mais da cobertura florestal original) é uma grande ameaça em muitas das regiões florestais dos trópicos. Existem muitos fatores de desflorestação, incluindo o desmatamento para fins agrícolas e a conversão para produção de óleo e biocombustíveis. Cada um dos nossos planos de gerenciamento de projetos aborda causas locais específicas.

 

Evitando a degradação florestal

A degradação florestal ocorre quando há alguma extração de árvores numa floresta, por exemplo, através da exploração comercial seletiva, da exploração informal ou ilegal e dos incêndios.

Estes impactos têm consequências negativas adicionais, tais como a perda da copa das árvores, danos às árvores em áreas onde a extração ocorre e o estabelecimento de estradas. Tal como acontece com o desmatamento, o plano de gestão do projeto aborda os fatores locais de degradação.

 

Permitindo a regeneração florestal

A degradação pode ser revertida prevenindo a perda de árvores e os danos colaterais da extração, através de medidas para evitar incêndios e outras ações. Quando a degradação é interrompida, a regeneração florestal ocorre naturalmente, variando a taxa, a escala e o volume do novo crescimento em função do tipo e densidade da floresta, da precipitação e de outros fatores biológicos, ecológicos e geográficos. Nossos planos de gestão dos projetos procuram otimizar as condições para a máxima regeneração florestal.

 

Ajudar na recuperação do ecossistema florestal

Intervenções físicas devem ser realizadas em alguns locais do projeto, a fim de auxiliar a recuperação do ecossistema florestal. Estas incluem reparações físicas, por exemplo, quando a hidrologia de um ecossistema florestal foi danificada pela exploração madeireira, como é frequentemente o caso em florestas de turfa degradadas de terras baixas.

Outras abordagens de recuperação assistida incluem a plantação estratégica de árvores nativas, que desempenham papéis ecológicos fundamentais, e medidas para estimular a dispersão de sementes, tais como a proteção ou reintrodução de espécies-chave de mamíferos e aves.

 

Proteção florestal

A proteção global dos ativos florestais é uma prioridade fundamental. Isso tem aspectos micro e macro. No nível do projeto, proteger significa adotar medidas preventivas para garantir a saúde florestal contínua. Ao nível regional mais amplo, a proteção envolve processos e fatores políticos. Muitas florestas são componentes de ecossistemas florestais maiores (muitas vezes transfronteiriços) e, como resultado, podem ser impactados por ecossistemas nacionais.

FUNDAMENTOS

Fundamentos da Conservação Permian

Para ser um projeto de conservação válido e legítimo, que gere financiamento através de créditos de carbono de alta qualidade, ele deve cumprir regras e requisitos estabelecidos pelos certificadores. Isso significa demonstrar adicionalidade, permanência e vazamento evitado.

Uma norma de certificação externa é uma ferramenta voluntária e baseada no mercado que proporciona credibilidade aos projetos de carbono florestal, através da avaliação das suas atividades em relação a um conjunto reconhecido de regras e requisitos fundamentais.

As regras e requisitos destinam-se a demonstrar a robustez da concepção de um projeto e o seu progresso em direção a objetivos específicos, neste caso, limitando os GEE atmosféricos e mitigando o impacto da crise do clima.

O Voluntary Carbon Standard (VCS) é gerenciado pela Verra. Os padrões Verra proporcionam garantia independente, transparência e credibilidade para projetos que trabalham em áreas de impactos ambientais e sociais e que dependem de mecanismos baseados no mercado, como o comércio de compensações de carbono.

Para manter uma reputação válida, um projeto deve fornecer relatórios de atualização regulares e submeter-se a avaliações robustas por auditores terceiros. Isso garante a efetividade de ações pelo clima.

GALERIA
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