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por Permian Brasil

29/09/2025

Em setembro de 2025, a “Natural Climate Solutions Alliance” (NCSA), em parceria com o “World Business Council for Sustainable Development” (WBCSD), organizou a série de webinars “A Natureza em Ação: Soluções Climáticas Naturais do Brasil”. A Permian Global, representada por Jessé Burlamaque, especialista em Sistema de Informação Geográfica (GIS, em inglês) e por Denison Trindade, Gerente Regional da Amazônia, apresentou o case “Florestas Resilientes: Defendendo a Amazônia em uma Era de Incêndios Florestais”.

O webinar abordou estratégia bem sucedida de proteção florestal com base na experiência da Permian Brasil com as comunidades da Reserva Extrativista (RESEX) Estadual do Rio Cautário. O case destacou o papel da tecnologia e da colaboração com os atores locais, além dos desafios na defesa de comunidades e florestas contra os incêndios crescentes na região. O ano de 2024 foi destacado como um período de calor extremo que provocou incêndios na Amazônia em uma área equivalente ao tamanho da Califórnia.

São esses incêndios, cada vez mais frequentes, que ameaçam comunidades locais e aceleram as mudanças climáticas ao destruir florestas biodiversas. Por isso, a mitigação do fogo tornou-se prioridade na conservação da floresta, com organizações como a Permian Brasil, subsidiária da Permian Global, empregando planejamento local, monitoramento por satélite e equipes treinadas para prevenção e combate de incêndios na região.

 

Enfrentando Incêndios na Amazônia: Proteção Inteligente na Fronteira da Conservação

Em uma apresentação repleta de aprendizados e resultados, nossos especialistas demonstraram que a realidade da proteção florestal da amazônia vai muito além das narrativas romantizadas que frequentemente encontramos. E que a efetiva conservação nasce do trabalho conjunto entre tecnologia avançada e conhecimento tradicional do território, uma combinação que tem mostrado resultados extraordinários na proteção da RESEX do Rio Cautário, uma área com mais de 146 mil hectares de floresta, em Rondônia.

Na introdução, Jessé Burlamaque forneceu um contexto atual da floresta amazônica, tanto do ponto de vista das mudanças climáticas sentidas pelas populações locais como dos serviços sistêmicos que ela nos proporciona. A Amazônia armazena aproximadamente 123 milhões de toneladas de carbono – o equivalente a três vezes o total de emissões anuais globais. Essa não é apenas uma questão de manter o carbono estocado, mas fundamentalmente a dinâmica que acontece nessa floresta: o ciclo constante de emissões e absorção de CO₂ da atmosfera que regula nosso clima global.

 

Mudanças Climáticas e Novos Desafios

Segundo nosso especialista, nos últimos anos, assistimos a transformações significativas na Amazônia. As estações secas tornaram-se mais prolongadas e severas, grandes rios começaram a secar e a navegação tornou-se difícil para as comunidades locais. Em 2024, vivenciamos um dos anos mais extremos das últimas duas décadas em termos de incêndios na região.

Essa situação criou um ciclo vicioso preocupante no qual a perda e degradação florestal reduzem a ciclagem de umidade, resultando em secas mais intensas que, por sua vez, aumentam a suscetibilidade ao fogo. As áreas afetadas espalham-se para regiões anteriormente protegidas, criando um padrão de retroalimentação que ameaça a integridade do ecossistema. Portanto, a estratégia de não deixar queimar é a mais eficiente para manter a resiliência florestal, uma vez que áreas queimadas oferecem vegetação propensa à ignição e propagação para áreas ainda não queimadas.

 

Tecnologia e Conhecimento Tradicional: Uma Parceria Vencedora

Com base no estudo de caso da RESEX Rio Cautário (aqui), em Rondônia, onde desenvolvemos uma abordagem inovadora de projeto de conservação florestal, Jessé compartilhou aprendizados que combinam tecnologia de ponta com o conhecimento tradicional das 92 famílias que vivem na região. Segundo ele:

  • O planejamento se inicia com reuniões anuais envolvendo todos os líderes comunitários, criando um mapa de risco que zoneia a reserva conforme níveis de ameaça.
  • As equipes são recrutadas localmente, passando por capacitação rigorosa que inclui testes físicos, psicológicos e treinamentos práticos com focos controlados.
  • O projeto une estas capacidades já existentes a ferramentas avançadas de geotecnologia, incluindo alertas em tempo real, mapas de propagação do fogo e drones térmicos operados pelas próprias comunidades.
  • A plataforma OroraTech emite alertas de hora em hora, permitindo resposta rápida aos focos de calor.

Durante o ano extremo de 2024, mesmo com a enorme pressão dos focos de calor em áreas ao redor da reserva, a proteção integrada manteve o fogo fora dos limites da área. Esse resultado demonstra a efetividade da abordagem colaborativa entre tecnologia e conhecimento local.

 

Operação Integrada e Comunicação Eficiente

Na segunda parte do webinar, foi a vez de Denison Trindade, nosso Gerente da Regional Amazônia, demonstrar que a proteção florestal eficaz não depende apenas de patrulhamento, mas de um sistema integrado que valoriza quem melhor conhece o território: as próprias comunidades locais.

Denison detalhou a experiência bem sucedida do projeto com a contratação e capacitação de equipe comunitária de agentes de defesa ambiental, que contam com veículos aquáticos e terrestres para rápido deslocamento, processos estruturados e equipamentos de proteção e combate ao fogo de última geração, além de uma sala de situação que centraliza informações de múltiplas fontes – plataformas tecnológicas, denúncias comunitárias e dados técnicos.

As equipes de campo mantêm então, uma comunicação constante via internet ou telefone satelital, recebendo informação estratégica para prevenção e combate ao fogo constantemente, garantindo coordenação efetiva e maior segurança operacional. A mesma sala de situação também compartilha informações e articula ações coordenadas com órgãos locais de comando e controle, beneficiando também o entorno da reserva via análise de informações fornecidas por essa combinação de tecnologia e rede comunitária local.

A experiência na RESEX Rio Cautário prova que é possível proteger florestas tropicais mesmo em cenários de mudanças climáticas extremas. A combinação entre inovação tecnológica e saberes locais de proteção cria um modelo replicável para outras áreas, provando que projetos como este representam mais do que proteção ambiental – são investimentos na estabilidade climática global, na preservação da biodiversidade e no bem-estar das comunidades que dependem diretamente desses ecossistemas.

Assista o webinar “Florestas Resilientes: Defendendo a Amazônia em uma Era de Incêndios Florestais” aqui.

 

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