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by Denison Trindade (Gerente Regional Amazônia)

14/06/2024

As unidades de conservação desempenham um papel crucial na preservação da biodiversidade e na mitigação das mudanças climáticas. No entanto, sua importância vai além da proteção ambiental.

Nesse sentido, elas são também um bastião de culturas ancestrais, abrigando comunidades tradicionais e povos indígenas que possuem um conhecimento inestimável sobre o manejo sustentável das florestas.

Dar voz e visibilidade a esses povos é essencial para garantir a eficácia das políticas de conservação e para promover uma cadeia produtiva sustentável.

As comunidades tradicionais e os povos indígenas são os verdadeiros guardiões das florestas. Eles sabem “onde o sapato aperta” e possuem a experiência necessária para o manejo correto dos recursos naturais. Suas práticas de uso sustentável da terra e da biodiversidade são fruto de séculos de convivência harmoniosa com o meio ambiente. Portanto, qualquer ação pública que envolva projetos dentro dessas comunidades deve respeitar e valorizar suas experiências.

A implementação de políticas e ferramentas que valorizem a cadeia produtiva sustentável é fundamental. Projetos de conservação da natureza, por exemplo, não apenas contribuem para a conservação ambiental, mas também geram renda para as comunidades locais.

No entanto, para que essas iniciativas sejam verdadeiramente eficazes, é crucial que o Consentimento Livre, Prévio e Informado (CLPI) seja uma ferramenta de consentimento real e não um mero levantamento superficial, como acontece na Resex do Rio Cautário (saiba mais). O CLPI deve garantir que todas as vozes sejam ouvidas, não apenas a de alguns líderes, mas de toda a comunidade, assegurando que a verdadeira massa tenha direito de falar e decidir.

Desta forma, os órgãos de controle têm um papel vital nesse processo. Chegou o momento de acompanhar de perto as diversas iniciativas que possam ser essenciais para manter as futuras gerações dentro da floresta. Isso inclui levar saúde, educação e emprego para essas comunidades, ao mesmo tempo em que se mantêm vivas suas tradições culturais.

Proteger a floresta é, acima de tudo, proteger o povo que nela habita. É dar voz e poder de decisão a quem de direito.

A correlação entre floresta protegida e povo valorizado é clara. Quando as comunidades tradicionais e os povos indígenas são respeitados e suas práticas sustentáveis são incentivadas, todos ganham. A floresta se mantém preservada, a biodiversidade é protegida e as oportunidades de geração de renda aumentam, promovendo um ciclo virtuoso de desenvolvimento sustentável.

Em suma, a proteção das unidades de conservação e a valorização das comunidades tradicionais são indissociáveis. É imperativo que as políticas públicas reconheçam e respeitem o conhecimento ancestral desses povos, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e que suas práticas sustentáveis sejam valorizadas.

Somente assim poderemos assegurar um futuro em que a floresta e seus habitantes prosperem juntos, em harmonia e equilíbrio.

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