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por Permian Brasil

12/04/2025

Estudos recentes, como o da Revista Science (Link) e do Project Draw Down (Link), revelam que as florestas tropicais enfrentam um desafio sem precedentes. Enquanto o clima se transforma em ritmo acelerado, suas árvores tentam se adaptar, mas o fazem de maneira demasiadamente lenta para acompanhar essas alterações ambientais.

De acordo com as fontes, espécies arbóreas demonstram mudanças em sua composição funcional como resposta às variações climáticas recentes. Entretanto, essas modificações representam menos de 8% do que seria necessário considerando o cenário atual. Apenas nas populações de árvores recém-recrutadas, esse percentual alcança 21%, evidenciando um desequilíbrio ecológico emergente que intensifica a vulnerabilidade desses ecossistemas.

Ainda segundo os estudos, nas árvores antigas das florestas de planície – como a floresta amazônica –, notou-se um aumento das chamadas espécies decíduas, que perdem suas folhas em determinadas estações do ano. Além disso, viu-se maior capacidade fotossintética foliar e redução na área e espessura das folhas – possíveis adaptações a um clima mais quente e seco, visando conservar água durante secas e economizar energia durante o frio.

Outras conclusões foram que as árvores jovens (com, aproximadamente 40 anos de idade) estão se adaptando através de uma estratégia que prioriza o crescimento rápido sobre a resistência à seca. Elas têm apresentado, em média, diminuição na abundância de espécies decíduas e na densidade da madeira, o que lhe permite um crescimento mais veloz. Além disso, tem havido redução de carbono e nitrogênio nas folhas, possivelmente favorecendo maior eficiência metabólica em condições de estresse.

Dessa forma, estas fontes sugerem a ocorrência de um descompasso nas florestas tropicais: árvores novas e antigas adotam estratégias diferentes de adaptação às mudanças climáticas. De acordo com eles, isso cria uma disparidade evolutiva dentro do mesmo ecossistema, onde diferentes gerações de árvores apresentam estratégias adaptativas diferentes. Tal divergência amplifica a defasagem entre o ritmo das mudanças climáticas e a capacidade das florestas de se adaptarem como um conjunto coeso, comprometendo ainda mais a resiliência do ecossistema como um todo.

Outra constatação a se destacar é que, paralelamente a esse fenômeno, o desmatamento emerge como fator determinante na aceleração das mudanças climáticas, considerando-se que aproximadamente 11% das emissões globais de gases de efeito estufa provêm dessa prática e o desmatamento provoca um duplo impacto: além de liberar carbono armazenado, elimina o potencial de captura futura. Assim, a conservação da natureza representa uma solução climática imediata e eficaz. A prevenção ao desmatamento oferece benefícios instantâneos – se as árvores permanecem intactas, as emissões simplesmente não ocorrem.

 

Conclusão

Para enfrentar esse desafio complexo, são necessárias abordagens multidisciplinares, que incluem o trabalho com comunidades indígenas e locais, garantindo seus direitos territoriais; a transformação das cadeias globais de suprimentos para eliminar práticas que incentivem o desmatamento; o redirecionamento de investimentos para modelos de negócios sustentáveis, e; o fortalecimento de mercados de carbono com integridade socioambiental.

A situação atual revela que as florestas tropicais se encontram cada vez mais desalinhadas em relação às condições climáticas. Sem ações efetivas para prevenir o desmatamento e reduzir as emissões de combustíveis fósseis, será difícil conter os efeitos das mudanças climáticas, e as florestas tropicais – sistemas naturais muito importantes para a saúde planetária – podem ser comprometidas.

Concentrar esforços de conservação em escala nas florestas tropicais é fundamental. Nesse sentido, a Permian Global desenvolve projetos de conservação em parceria com comunidades locais na Amazônia, na RESEX do Rio Cautário (Brasil – aqui) e em Guayabero Cocodrilo (Colômbia – aqui), e no sul asiático, onde mantém os projetos Katingan Mentaya (Indonésia – aqui) e Kuamut (Malásia – aqui). Somadas à região da Bacia do Congo, essas regiões respondem por aproximadamente metade das emissões de carbono provenientes do desmatamento tropical.

 

Fontes:

Tropical forests in the Americas are changing too slowly to track climate change – Revista Science – aqui.

How stopping deforestation is a powerful “emergency brake” climate solution – Project Drawdown – aqui.

 

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