Publicado na revista Conservation Biology, uma das mais relevantes na área de biodiversidade, o artigo “Avaliando o potencial das compensações de biodiversidade para a obtenção de ganhos reais” analisou os resultados e impactos de um projeto de mineração de ferro na Mata Atlântica.
De coautoria do nosso especialista em GIS, Pedro Campos, o artigo relata que foi possível identificar uma taxa de compensação de biodiversidade (quantidade de área afetada: área compensada) de 1:1,8 para florestas e 1:2 para pastagens.
Segundo os autores, assim como projetos de carbono, as compensações de biodiversidade devem comprovar que as atividades geram resultados de conservação que não seriam obtidos sem o projeto (adicionalidade) e serão duradouras pelo período total das ações e além (permanência). Também devem fornecer uma equiparação de compensação equivalente em termos de quantidade de área por valor de biodiversidade afetada e similaridade de fauna e flora.
Estudos como esse, além de trazer resultados palpáveis e aumentar a credibilidade de compensações de biodiversidade ou de carbono, norteiam as melhores práticas para que empresas e instituições trabalhem em prol da preservação biológica e climática.
Confira o artigo completo no site da Conservation Biology.
Avaliar os resultados e acompanhar a trajetória das compensações de biodiversidade é essencial para demonstrar sua eficácia como mecanismo para conciliar desenvolvimento e conservação. Revisamos a literatura para determinar os princípios que devem sustentar o planejamento da compensação da biodiversidade e os critérios para a avaliação da compensação no nível do projeto.
De acordo com a literatura, os princípios centrais de equivalência, adicionalidade e permanência são usados como critérios para avaliar os resultados de conservação das compensações de biodiversidade. Aplicamos os critérios para avaliar compensações de um grande projeto de mineração de ferro na Mata Atlântica no Brasil.
Examinamos a equivalência em termos de quantidade de área por valor de biodiversidade afetada e similaridade de fauna e flora, adicionalidade em termos de conectividade da paisagem e permanência em termos de garantias para resultados duradouros de compensações de proteção e restauração. Encontramos uma taxa de compensação (quantidade de área afetada: área compensada) de 1:1,8 para florestas e 1:2 para pastagens.
Equivalência ecológica (isto é, similaridade entre áreas afetadas e compensadas) foi encontrada para áreas florestais, mas não para campos rupestres ferruginosos ou para fauna. As métricas da paisagem mostraram que a conectividade melhorou em relação à situação do pré-projeto como resultado da localização de compensações de restauração no maior e mais bem conectado trecho de floresta.
A permanência das compensações de biodiversidade foi abordada por meio do estabelecimento de convênios e medidas de gestão, mas faltavam garantias financeiras para cobrir os custos de manutenção após o fechamento da mina.
As compensações devem ser equivalentes em tipo e tamanho, fornecer resultados de conservação que não seriam obtidos sem elas (adicionalidade) e ser duradouras (permanência). Para monitorar e avaliar as compensações, é necessário determinar o quão bem esses 3 princípios são aplicados no planejamento, implementação e manutenção das compensações.
Alcançar resultados de conservação mensuráveis a partir de compensações é um esforço de longo prazo que requer suporte de gestão sustentado e é intensivo em informações. Assim, as compensações de biodiversidade requerem monitoramento e avaliação contínuos, bem como gerenciamento adaptativo.
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