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por Permian Brasil

29/05/2025

A emergência climática não ameaça apenas o planeta: ela coloca em risco direto a saúde das pessoas, das famílias e das gerações futuras. Os impactos do aquecimento global na saúde humana são vastos, cientificamente comprovados, e já afetam milhões de pessoas todos os anos.

Segundo o relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) Ensuring Safety and Health at Work in a Changing Climate (aqui), o aumento da frequência de ondas de calor, incêndios florestais, secas e ciclones tropicais já está associado a uma série de problemas físicos e mentais — de doenças respiratórias a traumas psicológicos.

Mas essa realidade pode ser transformada. Soluções Climáticas com Base na Natureza (SCBN) — como projetos de conservação e restauração florestal — não apenas enfrentam a crise climática: elas também protegem e promovem a saúde pública, em escala local e global.

 

Calor Extremo: um assassino invisível em expansão

As ondas de calor estão se tornando mais frequentes, longas e intensas. Esse fenômeno pode causar insolação, desidratação, agravamento de doenças cardiovasculares e insuficiência renal. Estudos mostram que, em períodos de calor extremo, os serviços de emergência registram aumentos expressivos em hospitalizações e mortes — especialmente entre idosos, crianças e populações urbanas pobres.

As florestas tropicais funcionam como reguladores naturais de temperatura, oferecendo sombreamento, transpiração vegetal e resfriamento atmosférico. Em áreas urbanas próximas a florestas ou parques restaurados, por exemplo, a temperatura pode ser até 5°C mais baixa do que em áreas densamente urbanizadas.

 

Poluição do Ar e Doenças Respiratórias: florestas como escudo natural

A queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e os incêndios florestais contribuem para a poluição do ar, que está associada ao agravamento de asma, bronquite crônica, câncer de pulmão e até doenças cardíacas e neurológicas, como demência e comprometimento cognitivo.

As florestas nativas atuam como filtros naturais: capturam partículas em suspensão e regulam a umidade do ar, reduzindo a concentração de poluentes. A restauração ecológica, por sua vez, pode ser uma estratégia eficaz de controle da qualidade do ar em zonas periurbanas e agrícolas.

 

Vetores de Doenças Tropicais: a floresta saudável como barreira

A alteração de ecossistemas e o aumento da temperatura global estão expandindo a distribuição de vetores como mosquitos, carrapatos e pulgas, que transmitem doenças como dengue, malária, febre amarela, zika e doença de Lyme. Populações em regiões antes consideradas “seguras” estão agora em risco.

Projetos de conservação mantêm a biodiversidade equilibrada e reduzem o contato humano com vetores perigosos. Ecossistemas preservados limitam a proliferação descontrolada desses vetores e reduzem a probabilidade de surtos zoonóticos, como ocorreu com o ebola e pode ocorrer com futuras pandemias.

 

Eventos Extremos e Saúde Mental: proteger natureza é também prevenir traumas com a mudança climática

Furacões, enchentes e incêndios provocam perdas humanas, materiais e emocionais. O estresse pós-traumático, a depressão e a ansiedade são comuns entre populações afetadas por desastres climáticos. A “eco-ansiedade” — o medo constante do colapso ambiental — tem afetado principalmente os jovens, impactando sua saúde mental e perspectivas de futuro.

Ecossistemas saudáveis atuam como amortecedores naturais contra desastres: florestas evitam deslizamentos de terra e inundações, manguezais protegem contra tempestades costeiras e áreas alagadas reduzem a força de enxurradas.

 

Insegurança Alimentar e Nutricional: soluções com raízes na terra

Secas, chuvas intensas e temperaturas irregulares afetam diretamente a produção agrícola e a qualidade dos alimentos. Isso agrava a fome, a desnutrição e a carência de micronutrientes, especialmente em comunidades vulneráveis.

Soluções baseadas na natureza promovem sistemas agroflorestais e agricultura regenerativa, que são mais resilientes à mudança climática, protegem o solo, conservam a água e produzem alimentos mais nutritivos. Em projetos bem implementados, comunidades locais apresentam melhora em indicadores de segurança alimentar e renda.

 

Cuidar da floresta é cuidar da saúde pública

Projetos que integram clima, comunidades e biodiversidade (CCB) atuam de forma sinérgica para gerar benefícios múltiplos (conheça o Projeto de Conservação da Natureza da Resex do Rio Cautário aqui):

  • Mitigam o aquecimento global, ao conservar e restaurar sumidouros naturais de carbono;
  • Reduzem riscos climáticos, como calor extremo, secas e enchentes;
  • Protegem a saúde pública, ao equilibrar ecossistemas e reduzir vetores de doenças;
  • Geram oportunidades econômicas, por meio de bioeconomia e turismo sustentável;
  • Fortalecem a resiliência comunitária, promovendo acesso a água limpa, alimentos e estabilidade climática.

 

Como você pode se engajar agora?

Informe-se e compartilhe: Leve esse conhecimento adiante. Fale sobre saúde e clima com sua comunidade, redes sociais e círculos de trabalho. Informação é poder.

Apoie e amplifique projetos de SCBN: Divulgue iniciativas sérias de conservação e reflorestamento. Seja parte da transformação.

Cobre ação política: Pressione por políticas públicas que ampliem áreas protegidas, combatam o desmatamento e incentivem soluções climáticas com justiça social.

Cuide da sua saúde com consciência climática: Ajuste hábitos ao contexto ambiental — como evitar exercícios ao ar livre em dias poluídos ou quentes demais, usar roupas adequadas e preservar a água.

 

A floresta é nossa aliada na saúde — hoje e no futuro

O desafio climático é também uma urgência de saúde pública. Ao restaurarmos ecossistemas, protegemos nossa própria capacidade de viver com dignidade, segurança e bem-estar. A floresta em pé é mais do que carbono: é um hospital natural, uma farmácia viva, uma fortaleza contra crises. Investir em soluções climáticas com base na natureza é investir na vida.

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