A equipe local do Projeto da RESEX Rio Cautário recebeu um pedido de ajuda para combater um incêndio florestal de uma liderança da Terra Indígena Rio Guaporé, localizada no entorno da reserva extrativista. A coordenação do projeto identificou o foco de incêndio usando seu sistema de monitoramento por satélite de alta resolução e enviou seus agentes de defesa ambiental para o local. Através do combate direto ao fogo e abertura de aceiros para isolar sua propagação, o incêndio foi extinto com sucesso em 48 horas.
A Terra Indígena Rio Guaporé é uma área que abrange 116 mil de hectares no Estado de Rondônia, situada ao longo da fronteira do Brasil com a Bolívia, a oeste, e com a Reserva Extrativista (RESEX) do Rio Cautário, ao sul. Esta última, é a área florestal que o Projeto de Conservação da Natureza, uma parceria das comunidades extrativistas com a Permian Brasil, protege. A parceria beneficia mais de 400 moradores da reserva. O território indígena Rio Guaporé, por sua vez, abriga mais de 900 pessoas, de 10 comunidades indígenas (Aikanã, Arikapú, Aruá, Djeoromitxí, Kanoê, Kujubim, Makurap, Tupari, Wajuru e Wari).
Projetos de conservação como o da RESEX Rio Cautário, possuem objetivos intrínsecos de proteger a área específica – nesse caso, os 146.000 hectares da RESEXdo Rio Cautário – mas, em última análise, a maior ambição é propagar práticas de conservação e proteção florestal para uma região muito maior. Assim, a decisão de ajudar os vizinhos na Terra Indígena Rio Guaporé foi simples para a equipe local, porque evitar o incêndio no território vizinho protegeu mais áreas florestais.
Essa lógica também explica as colaborações e parcerias de longo prazo que a Permian Brasil vem estabelecendo com autoridades públicas, ONGs e empresas para gerar maior disseminação de dados em tempo real e compartilhamento de conhecimento para melhorar as respostas regionais a incêndios e outras ameaças florestais.
Um exemplo disso é o recente lançamento pela Permian Brasil de seu Observatório de Proteção Ambiental em parceria com o Batalhão de Polícia Ambiental, o Corpo de Bombeiros de Rondônia, o Exército Brasileiro, a Organização dos Seringueiros de Rondônia (OSR) e a Ação Ecológica Guaporé – Ecoporé. O Observatório é um sistema de monitoramento e alarmes que compartilha dados e alertas sobre focos de incêndio por sensoriamento remoto em tempo quase real por meio de uma rede de comunicações dos grupos participantes (Link).
O incêndio na Terra Indígena Rio Guaporé está longe de ser um incidente isolado. Atualmente, o Brasil está enfrentando alguns dos maiores incêndios registrados em sua história (Link), o que está sobrecarregando os serviços federais e estaduais e causando danos significativos à saúde da população, aos ecossistemas e à economia.
Os incêndios florestais são uma realidade cada vez mais destrutiva em muitas partes do mundo, impulsionados pelo aumento das temperaturas e pela degradação ambiental generalizada. É uma realidade que ameaça muitos esforços de conservação e deve ser parte integrante da estratégia de proteção de um projeto florestal (Link).
A abordagem de gerenciamento de incêndios do Projeto combina tecnologias de observação por satélite e drones de última geração, um sofisticado sistema de alerta e comunicação e uma equipe de agentes de defesa ambiental, altamente treinada e equipada, trabalhando em campo.
Esta equipe, que extinguiu o incêndio na Terra Indígena Rio Guaporé, conta com um núcleo de 15 agentes em tempo integral, todos membros das comunidades da RESEX do Rio Cautário. O time tem profundo conhecimento da área e da região, especialmente dos riscos de fogo e das melhores práticas de combate a incêndios em condições regionais específicas.
Durante toda a estação seca, a equipe trabalha em rodízio de 24 horas em prontidão para alertas de focos de incêndio. Durante esse período, quando os riscos são mais altos, eles também contam com o reforço de agentes contratados em regime temporário, igualmente treinados para reforçar a capacidade de resposta.
O treinamento ocorre regularmente, durante todo o ano, e combina exercícios, simulações de incêndios, utilização de equipamentos de combate e mapeamento de áreas de risco e rotas de acesso. O Projeto também investe extensivamente em medidas preventivas para mapear os riscos e mitigá-los antecipadamente. Isso inclui as contratações temporárias adicionais para reforçar a equipe de defesa ambiental, abertura de quilômetros de aceiros preventivamente, base de apoio temporária extra para a equipe, uma rede de tanques de água estrategicamente localizados em locais de difícil acesso aos rios, equipamentos de combate ao fogo e de proteção individual de última geração, veículos para rápida locomoção da equipe, incluindo carros, motos e barcos, além de wifi via staélite para rápida comunicação remota entre os agentes.
Cacique André, um dos líderes comunitários da TI Guaporé, enviou este vídeo como agradecimento pelo apoio da equipe do Projeto ao seu apelo: Assista ao vídeo: (Link).
“Eu gostaria de agradecer à toda a equipe, principalmente a coordenação dessas pessoas maravilhosas. Elas são muito educadas. Queremos contar com essa equipe para evitar incêndio na nossa comunidade e, assim que pudermos, queremos nos reunir, todos juntos para abraçar uma causa que possa cuidar do nosso território e da reserva deles também.”
Cacique André, da Comunidade Baía das Onças, na Terra Indígena Rio Guaporé, que faz divisa com a RESEX Estadual Rio Cautário